José Ricardo Münch
há 1 ano
Recentemente a norma de Paisagismo foi atualizada, a ABNT NBR16636-4
- Elaboração e des. de serviços técnicos Parte 4.
Andei estudando ela, principalmente “C.1 Generalidades” que
influencia a minha atuação nos projetos executivos na Takeda
Design.
Esse item trata, dentre outros assuntos, das profundidades de terra
recomendadas para jardins sobre lajes no item “C.5.2.2
Profundidades recomendadas” – Ver figura 01.
Destaco esse item pois me lembrou de uma questão que costuma trazer
ruídos na relação paisagismo x projeto estrutural.
Principalmente pela sobrecarga gerada na estrutura e as variações
de profundidade de terra de acordo com o tipo de espécie vegetal nas
várias partes e usos de projeto que existem no paisagismo (pet
place, playground, piscina, dentre outros). Sem falar nas camadas
relativas ao sistema de impermeabilização da floreira e as camadas
relativas a drenagem delas - Ver figura 02.
Essa definição das profundidades (ou espessuras de terra) envolve
uma série de fatores, tanto relativos ao processo de criação (ou
concepção) envolvendo toda a ambientação, com a seleção das
espécies mais adequadas, referenciando a situação no projeto de
arquitetura que se apresenta, trabalhando com desníveis, morrotes,
dentre outros, quanto ao orçamento e imagens finais de venda.
Do lado do projeto estrutural, mais uma vez a questão da sobrecarga
que precisa ser prevista de acordo com as profundidades de terra,
além dos prováveis impactos em cotas de níveis de lajes, dentre
outros.
No desenvolvimento dos projetos executivos, fica evidente que alguns
calculistas não tem a percepção da importância de considerar de
forma correta, de acordo com as indicações do projeto de
plantio/paisagismo tais profundidades. Generalizam por conta própria
a espessura e desenvolvem o projeto em cima delas. Por exemplo,
profundidade de terra de 20 cm para todas as situações quando, no
caso de palmeiras, tal profundidade de terra (sem considerar
impermeabilização e sistema de drenagem) é 1,00 m.
Falo do calculista, mas existem outras situações em que os
projetistas envolvidos acabam não percebendo os impactos de suas
soluções no projeto de plantio. Caixas de passagem em áreas
gramadas devem ser locadas sempre preservando 20 cm de terra livre
para qualquer outro elemento construtivo (tento da floreira, por
exemplo) para que a forração possa ser adequadamente plantada.
Onde quero chegar ? A urgência necessária do diálogo desde fases
preliminares entre projetistas e calculista com o arquiteto
responsável pelo projeto de paisagismo, para que tais questões
sejam discutidas, conceituadas e resolvidas de forma integrada e
colaborativa.
E que o projeto de paisagismo seja contratado desde o pré-projeto,
mesmo através de consultoria, para que todos tenha a visão das
demandas que o plantio (assunto aqui discutido) sejam entendidas e
levadas em consideração. E que o projeto de paisagismo, em
contrapartida, entenda as demandas e necessidades dos demais
projetos, evitando assim retrabalhos e custos extras para o cliente.
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